segunda-feira, 23 de março de 2009

NASCER NO DIA D'"O MENINO"

O facto de assumir o papel de Pai em breve, traz-me à memória o insólito momento do meu próprio nascimento.

Para começar, cometi um erro gravíssimo e irremediável. Não tendo noção das implicações que viria a ter, resolvi nascer no dia d’“O Menino”. Sim, esse mesmo que vai fazer 2009 anos e ainda é um “Menino”! Sim, o megalómano egocêntrico que organiza todos os anos uma festa à escala mundial que dura um mês inteiro, ofuscando todas as outras!
Ora, eu nasci nesse dia. Mas (e se algum de vocês partilha essa data de aniversário, sabe que é verdade) ninguém acredita à primeira que alguém possa ter escolhido esse dia para nascer. A resposta indignada é sempre a mesma: “A sério? Não acredito…” Este fenómeno, a meu ver, acontece porque essa data está reservada para “O Menino”, só “O Menino” está autorizado a “aniversariar” nesse dia e ninguém tem o direito de tentar desviar os holofotes apontados ao “Menino”.
É muito sensível, “O Menino”.
Vou mais longe: se o 11 de Setembro tivesse ocorrido no dia d’“O Menino”, além de se chamar “12/25”, teria passado completamente despercebido… Nesse dia, ninguém se lembra de mais nada, a não ser que faz anos “O Menino”.
Enfim… “O Menino” deve é ter um pai que é cego…

Outro detalhe extraordinário relacionado com esta data de aniversário é a quantidade de vezes que ouvi a frase:
- Esta prenda é de anos e de Natal… reforçadinha!
Olhava para o presente desconsolado e apetecia-me sempre perguntar:
- Onde é que está o reforço? Não o vejo… Chega agora na reabertura do mercado?

Bem, já estou a divagar. Peço desculpa, mas sempre que me lembro d’“O Menino” fico fora de mim… Centremo-nos, então, na história do nascimento…

Para uma melhor explicação do episódio, devo lembrar que, em regra, cada um de nós tem um tipo de bebé preferido.
Há quem goste deles “bolachudinhos”, para apertar enquanto se diz, ridiculamente, “Guggiguggigugugu” e há quem os prefira mais magrinhos, pois não apreciam mascotes da Michelin. Há, ainda, quem os idealize com cabelo, para poder pentear à Paulo Bento, ou então carequinhas esbugalhados, tipo Pierluigi Collina.

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A minha mãe sonhava ter um carequinha… um Collina. Na verdade, era algo mais do que um sonho. Era uma obsessão que a consumia e que a levava a rezar todo o santo dia, mesmo não sendo religiosa.

Naquele tempo, “epidurais” não eram um procedimento rotineiro, cesarianas não se faziam por conveniência e os Bee Gees ainda se ouviam nas discotecas. O Mundo era cruel e as mães ainda sabiam o que custa ter um filho…

Durante o decorrer do parto, após uma agoniante dose de esforço e dor, num momento crucial em que a minha mãe já se imaginava livre daquele calvário e com o seu lindo bebé carequinha nos braços, a parteira lembra-se de soltar a seguinte frase para motivar “as tropas”:
- Puxe, puxe, que já se lhe vê o cabelinho!!
O esforço hercúleo desmoronou-se logo ali, passando a minha mãe a gritar de desgosto profundo em vez de dor. O desconsolo foi tal que não houve forças para nem mais uma contracção. “Arrancaram-me a ferros”.
E não era caso para menos porque eu até nas orelhas tinha cabelo!!

Devo dizer que é para mim um motivo de júbilo e enorme orgulho verificar que, à nascença, já possuía uma das características que mais prezo... Ser do contra!

domingo, 15 de março de 2009

JIMI CONVIDA NUNO GOMES

Nota da redacção: Este artigo foi escrito por Nuno Gomes.

O GRITO

O meus pais foram-me levar a Prado. O casal de imigrantes, que eu não conhecia, saía de lá para a Alemanha e eu ia Zé Manelar um ano para Leipzig. Naquela altura não se voava por 0 cts. A minha mãe a chorar, o meu pai a rir-se. Fomos ali por Chaves porque o Sr. Bastos queria se despedir de Portugal, disse-me. Mesmo com o seu grande BMW (não, azul) só com o cair da noite tínhamos chegado a Espanha e com o nascer do dia estávamos em França. Foi onde parámos para descansar. Estranho, pensei eu. Parámos para descansar e comer. Eu já vinha a comer tanta porcaria pelo caminho e mal tinha pregado olho toda a viagem. Nunca tinha estado tão longe de casa e cada curva e cada paragem eram uma aventura. Saía sempre. Primeiro buenas noches, depois bonjour, mas já a pensar no guten Tag. Parámos para comer e acho que foram os rissóis da Dona Sameiro que o provocaram – juntaram-se com as Ruffles que tinha ido pegar à prateleira e posto na caixa para o meu pai pagar. Ele disse “isso vai fazer-te mal..”, e eu “não vai nada.”. Arrumámos as coisas e seguimos. Caí de imediato no sono – tipo anestesia. Simplesmente não conseguia manter os olhos abertos e agora tinha um GRANDE problema. Estava encostado àquele banco de trás do BMW só para mim com os maiores gases que alguma vez tive. Sabem aquela sensação do “there is no way back..”? Fiz o truque do dedinho, a dança do ventre, mas, mesmo assim, ele(s) continuavam ali, prestes a explodir... Drogado pelo sono, senti o último olho a fechar...

BRRRRRRRRRRRRRRRRRRRR (acordei) BRRRRRRRR brr

- Desculpe, Sr. Bastos… Dona Sameiro… é que eu...
- Ò HOMEM, peida-te à vontade!

Dormi até a Alemanha e até hoje sou muito amigo do Sr.Bastos e da Dona Sameiro, porque eles também eram grandes Zé Maneis.

terça-feira, 3 de março de 2009

JIMI COMPILA PSICADÉLICA

Têm início as edições "Jimi compila...", através desta viagem ao mundo do Rock Psicadélico, desde o seu início aos dias de hoje.
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(Antes de iniciar esta Playlist deverá desligar a Playlist geral do Blog, na coluna à sua direita.)
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