quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS

Conversa ao jantar...

- Papá, Jesus está dentro do nosso coração?
("Eu sabia que esta conversa ia chegar um dia... Vou, cobardemente, fingir que não ouvi, pode ser que não volte a perguntar..." - pensei.)
Nova pergunta, diferente:
- Papá, o que é que faz o nosso coração bater?
- ... Eeeeeh... O que faz bater o nosso coração é... o cérebro.
- Aãh? O quê?
Era ver a expressão das duas, num misto de surpresa, confusão e desilusão. Continuo:
- Nós, aqui, dentro da nossa cabeça temos o cérebro que comanda tudo no nosso corpo. Por exemplo, é o cérebro que faz com que eu levante este braço, e agora o outro, com que respiremos e o coração bata, também, entre muitas outras coisas. Quase tudo.
- E então o que faz o nosso coração mexer?
- Mexer? Mexer como? - pergunto eu, disfarçando.
- Abanar!...
- Abanar?
Segue-se um breve silêncio.
- Jesus está dentro do nosso coração? Na escola disseram-me que estava aqui dentro...
- Não filha, o Jesus está no coração dos benfiquistas. No nosso está o Pedroto.
- Quem? O quê?
- Sim, o Pedroto. Aliás, se olhares com atenção para o peito, ainda se consegue ver a haste dos óculos, que aquilo ainda era grosso. E eu também guardei aqui um espacinho para o Mourinho e para o Bobby Robson. Sabias que eles se amantizaram? Foi assim que tudo começou para o Mourinho... Pelo menos era o que se dizia na altura e sabes que, nestas coisas, não há fumo sem fogo. Mas não foi caso único, passou-se o mesmo com o Vítor Baía e o César Peixoto.

Claro que isto era o que eu gostaria de ter respondido num universo paralelo. O que eu realmente disse foi:
- Não sei, filha, mas olha que isso da devoção a Jesus é um bocado antiquado. Equivale a pedires-me um Commodore Amiga para o Natal. O que está a bombar agora é o Maomé!... Literalmente.

Ok, também não foi isto... Recomecemos, com a seriedade possível.

- Papá, Jesus está dentro do nosso coração?
- Eeh... Ummhh... Eeh... Ele não está mesmo dentro do coração... o importante é se tu achas que está, se acreditas nisso, se queres que esteja...
- Mas tu achas que está?
- Eu acho que não está, mas não importa o que eu acho, importa o que tu queres. Tu queres que esteja?
- Sim, quero.
- Então ele está.
- Como é que sabes?
- ...Eeeehh... Sei porque Jesus está se tu quiseres que ele esteja...
Após olhar de desconfiança, rasteira-me com nova pergunta:
- E então está no meu e não está no teu?
....(E agora, como saio desta?)
- Se estiver no teu, também está no meu, está no de toda a gente.

Provavelmente acabou a conversa mais confusa do que começou, mas, pelo menos, penso que consegui preservar o mais importante: Liberdade de escolha, sem condicionalismos.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

PELO MEU RELÓGIO SÃO HORAS DE NANAR

Depois de, há uns tempos, ter ouvido um dos que outrora gritara "Fuck The Beatles, Go Country!" e "Fuck Christmas, I Got The Blues!" a cantar o "All Together Now", dos Beatles, num anúncio de telecomunicações, eis que agora me deparo com os Dead Combo a embarcar no comboio da felicidade natalícia da NOS e a tocar Queen com o Camané, fadista cuja portugalidade emana até do seu inglês do anúncio.

O fim do mundo já esteve mais longe e, de modo a poder dizer que já vi tudo, penso que só falta mesmo o disco infantil dos Mão Morta.

Poderíamos pensar que "Pesadelo em Peluche" lançado em 2010, já abordaria esta temática, mas de facto não.


Assim sendo, e pegando nesta ideia verosímil, decidi facilitar a vida futura dos Mão Morta, deixando aqui algumas sugestões de canções para um projecto dessa natureza:

- Au-au da Morte;
- Açoites de Budapeste;
- Astronauta Duval (ou Anarquista Donald (não me consigo decidir...));
- Em Directo (para a Baby Tv);
- Gatinhando com o seu cadáver;
- Chupetas da Alienação;
- Vamos Rugir;
- Tu Disseste Gugu-dada.

O mais difícil será mesmo escolher o nome do álbum, dado que existem duas excelentes hipóteses: "Há Já Muito Tempo Que Nesta Latrina O Ar Se Tornou Um Insuflável" e "Pelo Meu Relógio São Horas De Nanar".

Fica claro que o vocalista da banda (tal como Adriana Calcanhoto adoptou Adriana Partimpim para o seu projecto infantil) adaptaria o seu nome à causa tornando-se num adorável Adolfo Fofura Canibal.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

PRAIA-SECA: LOUCO OU VISIONÁRIO?

Acontecimentos recentes tornaram pertinente uma reflexão sobre um dos personagens mais emblemáticos da minha Cidade Natal, o Praia-Seca.

Praia-Seca sempre foi encarado pela generalidade dos seus conterrâneos como um dos "tolinhos lá da Terra". E convenhamos: o seu aspecto e modos apontam nesse sentido, tornando quase impossível levar seriamente qualquer ideia da sua mente surgida.

A Cidade Natal fervilha em talentos desta natureza, dos quais podemos destacar o mítico Costinha, Landinho Queia, a já falecida e eternamente nas nossas memórias Menina Ângela e, claro, Praia-Seca.

Mas há pelo menos 3 exemplos relativos a Praia-Seca que põem em causa esta ciência exacta que é a opinião generalizada do Povo, um dos quais (o mais gritante), está na génese da sua alcunha.

Exemplo 1: ao que consegui investigar, Praia-Seca alterna a sua residência entre Cidade Natal e terras francesas, sendo que, no seu curriculum francês, conta com experiência na área da construção civil. Certo dia, aquando de umas obras a serem efectuadas na Domus Iustitiae (aka Palácio da Justiça), Praia-Seca, qual Dr. House (ou Mourinho) da "trolhice", faz os seus cálculos e diz para os presentes: - Atenção, isso que estais a fazer não vai bater certo, por ..."isto e por aquilo" (expôs as suas razões). Foi imediatamente ridicularizado. Mais tarde na obra, o erro ocorreu mesmo e exactamente da forma como Praia-Seca tinha vaticinado.

Exemplo 2: O belíssimo Jardim do Calvário foi, há algumas dezenas de anos, um parque de excelência, pequeno, mas muito, muito bonito. Este parque encontra-se num alto, tendo uma escadaria de acesso. Já nesses idos tempos, Praia-Seca insistia que deveria haver um elevador de acesso ao parque. Era a chacota geral. Durante largos anos o parque esteve ao abandono, tendo sido restaurado há poucos anos, com a inclusão de, imaginem só, um elevador de acesso ao parque.

Exemplo 3: este é o exemplo mais elucidativo sobre a sua mente brilhante, sendo um homem à frente de todos no seu tempo. A alcunha de Praia-Seca surgiu por este ter tido, há pelo menos 20 anos, planos para a construção, na Cidade Natal (bem no interior de Portugal), de uma praia com areia trazida da Póvoa do Varzim. A ideia era fazer uma represa no rio e descarregar "camiões" de areia, reproduzindo, deste modo, uma praia do litoral em pleno interior. Esta mítica história sempre acompanhou o crescimento de qualquer um dos nascidos na Cidade Natal como uma das mais hilariantes e estapafúrdias ideias saídas de uma mente humana, contada de boca em boca sempre para gargalhada geral.

Como todos sabemos, em Mangualde, foi recentemente inaugurado, com grandes parangonas em toda a comunicação social, o seguinte projecto megalómano:


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O Sonho irrealista de Praia-Seca materializa-se na Beira Interior. Prevê-se que este lunático investimento seja rapidamente compensado e que, a curto prazo, traga muitos "milhões" ao concelho de Mangualde.
Praia-Seca, meus amigos, é um Visionário!
(E mais uma vez se prova que há uma finíssima barreira entre a Loucura e a Genialidade.)

sexta-feira, 29 de julho de 2011

FERTILIZADOR NATURAL

Dada a recente congratulação generalizada para com o meu "poder fertilizante", meditei profundamente e concluí que aí havia um nicho de mercado a aproveitar, principalmente nesta época de crise.

Decidi, pois, dedicar-me ao ramo. Aqui fica o slogan que colocarei nos classificados do JN:

FERTILIZAÇÃO IN VIVO

FERTILIZO POR MÉTODO NATURAL. PREÇO ACESSÍVEL, SATISFAÇÃO GARANTIDA. MATERIAL XXS, MAS COM PROVAS DADAS. VOU AO DOMICÍLIO. SE NÃO FERTILIZAR NO PRAZO DE 30 DIAS, DEVOLVO-LHE O SEU DINHEIRO OU OFEREÇO SEGUNDA TENTATIVA TOTALMENTE GRÁTIS. (RESTANTES TENTATIVAS A METADE DO PREÇO INICIAL)

JIMI, ONDE HÁ UM BEBÉ.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

NINFA E O MANITO

Algumas pessoas duvidavam que Ninfa Flor já tivesse noção de que vai ter um(a) irmaozito(a).
Aqui fica a prova pois perguntei-lhe:
- Ninfa, o que é que está na barriga do Papá?
Ao que ela respondeu prontamente:
- Um Bebé!!
Estão a ver como ela sabe...

terça-feira, 26 de julho de 2011

TOMO II: MAIS UM(A) JIMIZITO(A) A CAMINHO!

Etelvininha & Jimi proudly present: The New Family Member!
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sábado, 1 de agosto de 2009

MY NAME IS FLOR... NINFA FLOR

É totalmente babado que vos anuncio que Ninfa Flor já anda há mais de um mês a fazer deliciosos "estragos" por esse mundo fora!
Mas, a volta de 180 graus que a vida dá com o nascimento de um filho, ainda não me permitiu...
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Peço desculpa, vou ter que interromper para pôr a Ninfa a arrotar........
Aí está! (Sai mesmo ao Pai!)
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Estava eu a dizer que a volta de 180 graus que a vida dá com o nascimento de um filho, ainda não me permitiu retomar a bloguice, nem descrever esta magnífica experiência e todas as suas peripécias com o ênfase e detalhe que merecem.
O relato paternal fica, desde já, prometido, mas para data totalmente incerta.
Assim sendo, a actividade de Vida de Zé Manel manter-se-á...
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Volto já, tenho que mudar uma fralda.........
Pronto, já 'tá! (E confirma-se, chapadinha ao Pai!)
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Dizia eu que a actividade de Vida de Zé Manel manter-se-á a "meio gás" até que este "turbilhão" inicial amaine, editando, entretanto, os artigos possíveis.
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Agora retiro-me, pois acabei de ouvir a frase: "Esteriliza-me os mamilos!"
(Da primeira vez que me deparei com esta frase supus que eram modernices e que ia haver "rambóia", pelo disse logo: "Ah podes crer que esterilizo! Despede-te dos coagulase negativo porque vem aí o Jimi Autoclave Sepúlveda!" Mas afinal não houve...)
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Saudações "Zé Manelinas" e até breve!

sexta-feira, 24 de julho de 2009

1º ANIVERSÁRIO DE "VIDA DE ZÉ MANEL"

Faz hoje exactamente 1 ano que a "Zé Manelice" se estreou na web através deste blog!
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Estamos todos de parabéns e gostava de agradecer enviando um grande abraço à vasta comunidade "Zé Manelina"!
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Espero que continuemos a "Zé Manelar" juntos por muitos mais anos!
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Saudações "Zé Manelinas".
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P.S.: Infelizmente, por felicíssimos motivos de força maior, não foi possível celebrar o momento com a pompa e circunstância que se exigia.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

JIMI CONVIDA CATXINEIRO

Nota da redacção: Este artigo foi escrito por Catxineiro.
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Reza assim a história... Póvoa do Varzim ano de… “praí” há 12 anos.

Depois de beber como um camelo, e com outros camelos como eu, nas vastas capelas da Póvoa (Verdete, etc), dei por mim a entrar no It (agora Buddha) já completamente “Zé Manelom”, pronto para aterrar em qualquer lado.
Erro 1 - Levaram-me para a pista e aquelas luzes todas a piscar deram-me a volta ao miolo.
Erro 2 - Sentei-me ao lado da cabine do DJ à espera que as coisas se endireitassem, mas continuava a ver tudo com um “neboeiro”, até que me deu vontade de vomitar. Para não me vomitar para a pista, cometi o:
Erro 3 - Meti a cabeça na cabine do DJ e “TARUZZZZ”!! - os putos dos discos de vinil que lá estavam, ainda hoje devem estar a tocar a francesinha que lá deixei. O que vale é que estava lá o Dâsse que, ao ver aquilo tudo, resolveu levar-me à casa de banho para acabar o serviço, que se tornou no:
Erro 4 - Ao passar no meio da pista, aquelas luzes bateram-me de frente (pior que um camião TIR a 150 km/h) e pronto, agarrei na camisola que o Dâsse tinha às costas, meti-a à frente da boca e “TARUZZZZ”, bisei, em grande classe, pela pista fora. Cheguei à casa de banho “com'a nobo”, sem mais nadinha para vomitar.
O resto da noite voltei à normalidade. Água para lavar a boca e siga “pr’a bingo”.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

VALE A PENA VER (Parte II) - O MAIOR ZÉ MANEL DE SEMPRE!

Apesar de estas imagens já terem corrido mundo, sendo, por isso, provável que já as tenha visto, em poucos locais fará tanto sentido a sua exposição como em "Vida de Zé Manel".
Isto porque o que vamos ver é, pura e simplesmente, o Maior Zé Manel de sempre!
(Não se esqueça de desligar a playlist...)


Isto sim, é "Zé Manelice" ao mais alto nível!

Aqui fica outro Zé Manel de alto gabarito:

Ainda achas que és um Zé Manel?

segunda-feira, 11 de maio de 2009

ETELVININHA TORNA-SE NINFA FLOR

Por motivos de força maior** (leia-se lazer), ainda não tinha sido possível concluir a votação para a atribuição do nome a Etelvininha.

Após a ronda final de votações, surgiu finalmente fumo branco, pois Ninfa Flor, qual F.C.P., venceu novamente, consolidando-se definitivamente como O Nome.

Sendo assim, a designação provisória Etelvininha dá lugar a esta pérola que vale a pena repronunciar: Ninfa Flor.

Classificação Final:
Ninfa Flor 31%
Fevrónia 27%
Cizeltina 22%
Pórcia 18%


** Deixo aqui algumas provas desses motivos de força maior, vivamente aconselhados, tanto pela sua riqueza histórica e cultural, como "Zé Manelina".




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Culturalmente sobressaem as Asaftasardemplatz e Hemorroidesidentor.
"Zé Manelinamente" falando, Berlim apresenta-nos um suco divino imperdível, um veneno assassino que todo o Zé Manel que se preze deverá experienciar, pelo menos uma vez na vida. O JÄGERMEISTER!


Numa palavra: Womitieren...

sexta-feira, 10 de abril de 2009

CÓIO (OU COIO) - O SIGNIFICADO

É oficial - Encontra-se mesmo tudo na net.

Nunca pensei que me fosse deparar com o seu verdadeiro significado, mas, há dias, vagueando pela internet, lembrei-me de ver o que me surgiria sobre Cóio (ver artigo
Mahatma Jimi - "Ó amigo, eu não fiz nada!"). O meu espanto foi grande quando o Wikcionário me dá a resposta certa, que poderá observar neste link.

Apesar de no referido site se encontrar a resposta, não posso deixar de divulgar o conceito refinado e científico de Cóio, criado recentemente por Sandes, o Rei da "Zé Manelice".

Cóio - Pedra de tamanho ideal para atirar e "ratchar" a cabeça a alguém.

Nota: Cóio está, neste artigo, propositadamente escrito com acento no O, pois, na minha terra, pronuncia-se masculamente com a vogal aberta, isto apesar de no Wikcionário aparecer sem o devido acento. Este detalhe serve para que se evite que alguns lisboetas leiam abichanadamente "Côio", o que seria muito pouco dignificante para o termo.

sábado, 4 de abril de 2009

ETELVININHA - 2º ROUND

Está finalmente concluída a votação que decidirá o nome a atribuir a Etelvininha (Ver artigo "Etelvininha, Gertrudes?... Você decide!").
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Mas, dada a quantidade de nomes disponíveis para votação, o resultado final revelou-se bastante disperso, pelo que se torna difícil considerar vencedor um nome que reuniu apenas 16% do total dos votos.
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Decidiu-se, então, realizar uma segunda volta de eleições, entre os 4 nomes mais votados.
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Resultados da primeira volta:
1º Ninfa Flor - 16%
2º Cizeltina - 10%
2º Fevrónia - 10%
4º Pórcia - 8%
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O grande vencedor sairá de um destes 4 belíssimos exemplares. Poderá votar, desde já, na coluna à sua direita.

segunda-feira, 23 de março de 2009

NASCER NO DIA D'"O MENINO"

O facto de assumir o papel de Pai em breve, traz-me à memória o insólito momento do meu próprio nascimento.

Para começar, cometi um erro gravíssimo e irremediável. Não tendo noção das implicações que viria a ter, resolvi nascer no dia d’“O Menino”. Sim, esse mesmo que vai fazer 2009 anos e ainda é um “Menino”! Sim, o megalómano egocêntrico que organiza todos os anos uma festa à escala mundial que dura um mês inteiro, ofuscando todas as outras!
Ora, eu nasci nesse dia. Mas (e se algum de vocês partilha essa data de aniversário, sabe que é verdade) ninguém acredita à primeira que alguém possa ter escolhido esse dia para nascer. A resposta indignada é sempre a mesma: “A sério? Não acredito…” Este fenómeno, a meu ver, acontece porque essa data está reservada para “O Menino”, só “O Menino” está autorizado a “aniversariar” nesse dia e ninguém tem o direito de tentar desviar os holofotes apontados ao “Menino”.
É muito sensível, “O Menino”.
Vou mais longe: se o 11 de Setembro tivesse ocorrido no dia d’“O Menino”, além de se chamar “12/25”, teria passado completamente despercebido… Nesse dia, ninguém se lembra de mais nada, a não ser que faz anos “O Menino”.
Enfim… “O Menino” deve é ter um pai que é cego…

Outro detalhe extraordinário relacionado com esta data de aniversário é a quantidade de vezes que ouvi a frase:
- Esta prenda é de anos e de Natal… reforçadinha!
Olhava para o presente desconsolado e apetecia-me sempre perguntar:
- Onde é que está o reforço? Não o vejo… Chega agora na reabertura do mercado?

Bem, já estou a divagar. Peço desculpa, mas sempre que me lembro d’“O Menino” fico fora de mim… Centremo-nos, então, na história do nascimento…

Para uma melhor explicação do episódio, devo lembrar que, em regra, cada um de nós tem um tipo de bebé preferido.
Há quem goste deles “bolachudinhos”, para apertar enquanto se diz, ridiculamente, “Guggiguggigugugu” e há quem os prefira mais magrinhos, pois não apreciam mascotes da Michelin. Há, ainda, quem os idealize com cabelo, para poder pentear à Paulo Bento, ou então carequinhas esbugalhados, tipo Pierluigi Collina.

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A minha mãe sonhava ter um carequinha… um Collina. Na verdade, era algo mais do que um sonho. Era uma obsessão que a consumia e que a levava a rezar todo o santo dia, mesmo não sendo religiosa.

Naquele tempo, “epidurais” não eram um procedimento rotineiro, cesarianas não se faziam por conveniência e os Bee Gees ainda se ouviam nas discotecas. O Mundo era cruel e as mães ainda sabiam o que custa ter um filho…

Durante o decorrer do parto, após uma agoniante dose de esforço e dor, num momento crucial em que a minha mãe já se imaginava livre daquele calvário e com o seu lindo bebé carequinha nos braços, a parteira lembra-se de soltar a seguinte frase para motivar “as tropas”:
- Puxe, puxe, que já se lhe vê o cabelinho!!
O esforço hercúleo desmoronou-se logo ali, passando a minha mãe a gritar de desgosto profundo em vez de dor. O desconsolo foi tal que não houve forças para nem mais uma contracção. “Arrancaram-me a ferros”.
E não era caso para menos porque eu até nas orelhas tinha cabelo!!

Devo dizer que é para mim um motivo de júbilo e enorme orgulho verificar que, à nascença, já possuía uma das características que mais prezo... Ser do contra!

domingo, 15 de março de 2009

JIMI CONVIDA NUNO GOMES

Nota da redacção: Este artigo foi escrito por Nuno Gomes.

O GRITO

O meus pais foram-me levar a Prado. O casal de imigrantes, que eu não conhecia, saía de lá para a Alemanha e eu ia Zé Manelar um ano para Leipzig. Naquela altura não se voava por 0 cts. A minha mãe a chorar, o meu pai a rir-se. Fomos ali por Chaves porque o Sr. Bastos queria se despedir de Portugal, disse-me. Mesmo com o seu grande BMW (não, azul) só com o cair da noite tínhamos chegado a Espanha e com o nascer do dia estávamos em França. Foi onde parámos para descansar. Estranho, pensei eu. Parámos para descansar e comer. Eu já vinha a comer tanta porcaria pelo caminho e mal tinha pregado olho toda a viagem. Nunca tinha estado tão longe de casa e cada curva e cada paragem eram uma aventura. Saía sempre. Primeiro buenas noches, depois bonjour, mas já a pensar no guten Tag. Parámos para comer e acho que foram os rissóis da Dona Sameiro que o provocaram – juntaram-se com as Ruffles que tinha ido pegar à prateleira e posto na caixa para o meu pai pagar. Ele disse “isso vai fazer-te mal..”, e eu “não vai nada.”. Arrumámos as coisas e seguimos. Caí de imediato no sono – tipo anestesia. Simplesmente não conseguia manter os olhos abertos e agora tinha um GRANDE problema. Estava encostado àquele banco de trás do BMW só para mim com os maiores gases que alguma vez tive. Sabem aquela sensação do “there is no way back..”? Fiz o truque do dedinho, a dança do ventre, mas, mesmo assim, ele(s) continuavam ali, prestes a explodir... Drogado pelo sono, senti o último olho a fechar...

BRRRRRRRRRRRRRRRRRRRR (acordei) BRRRRRRRR brr

- Desculpe, Sr. Bastos… Dona Sameiro… é que eu...
- Ò HOMEM, peida-te à vontade!

Dormi até a Alemanha e até hoje sou muito amigo do Sr.Bastos e da Dona Sameiro, porque eles também eram grandes Zé Maneis.

terça-feira, 3 de março de 2009

JIMI COMPILA PSICADÉLICA

Têm início as edições "Jimi compila...", através desta viagem ao mundo do Rock Psicadélico, desde o seu início aos dias de hoje.
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(Antes de iniciar esta Playlist deverá desligar a Playlist geral do Blog, na coluna à sua direita.)
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MusicPlaylist
Music Playlist at MixPod.com

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

JIMI CONVIDA PITBULLZITO

Nota da redacção: Este artigo foi escrito por Pitbullzito.

É com muito orgulho e dedicação (entenda-se destruição… e pouca roupa…) que inauguro a rubrica “Jimi convida…”, deixando o meu testemunho “Zé Manelino”.

Foi em pleno Verão, no mítico Festival do Sudoeste, na Zambujeira-do-Mar. Estava eu acompanhado por uma borracheira considerável quando, sem que nada o fizesse prever... “Zzzaca!!”… roupa fora! Primeiro foi a t-shirt. Seguiram-se as calças. E, após alguma hesitação… os boxers. Peça a peça, lá ia eu ficando todo nuzinho e só não fiquei totalmente porque ainda tinha as sapatilhas…
Não obstante ser demasiado ostensivo andar com o “diabo” à solta, ainda decidi fazer uma série de rodas perante o olhar atento e estupefacto (alguns com estupefacientes à mistura…) de uma vasta plateia que por ali passava e parava, incrédula com o que assistia.
Este episódio só terminou quando alguém, mais sóbrio e lúcido que eu (mas não muito...), leia-se Tigue Flores, pôs termo ao meu Show, uma vez que o estava a fazer na presença da sua namorada de então…

Mas, como uma desgraça nunca vem só, dias mais tarde… “The Show Must Go On!” e eis que a minha veia de stripper surgiu de novo, agora num meio mais civilizado e perigosíssimo como é Vila do Conde e o Seca em particular.
Estávamos a festejar o aniversário do Congro. Copo puxa copo (e a muitos puxa também a burrice e a “Zé Manelice”) e daí a fazer novo strip... foi um instante. Mais fácil até do que ligar um Vulcano Inteligente...
Se já era mau estar, novamente, apenas com as sapatilhas à saída do dito café, o que dizer em cima de um poste… Onde a visibilidade é “ligeiramente” maior.
O clímax do escândalo aconteceu quando alguém, que não eu, obviamente, se apercebeu que tal exibição estava a ser seguida de (muito) perto pelo Ceroula e sua acompanhante, que se encontravam no carro mesmo em frente ao dito poste…

Um abraço “Zé Manelino”,

Pitbullzito

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

JIMI CONVIDA... - INTRODUÇÃO

Sendo a “Zé Manelice” um fenómeno universal e capaz de proporcionar as mais peculiares peripécias, seria redutor vermos aqui expostos os episódios de um só “Zé Manel”.
Vivendo rodeado de ilustres “Zé Manelões”, recheados de mirabolantes histórias que não deverão nunca cair no esquecimento, torna-se imperioso inaugurar um novo capítulo em Vida de Zé Manel que passa, basicamente, por convidar estas conceituadas personalidades da Arte “Zé Manelina” a deixar alguns dos seus melhores relatos.

E assim nasce a rubrica “Jimi Convida…”

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

"EU NÃO 'TOU A F@&%LAR ASSIM..."

O maravilhoso acontecimento "Etelvininha" tem, legitima e inevitavelmente, monopolizado os temas abordados neste blog. Por isso, é chegada a hora de devolver o blog às suas origens, de modo a que ninguém se esqueça da principal razão da sua existência: O Culto de "Zé Manel".
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Assim sendo, aqui fica mais um relato "Zé Manelino":
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Certo dia, encontrava-me eu, por volta das 3 da manhã e já bem “atestado”, no extinto, mas mítico, Bar da Rádio. A disposição era boa e tudo corria bem até ao momento em que me deparo com meu primo Lucky Luke (outro grande “Zé Manel”, mobilizador de toda uma geração através de insanas festas ilegais no início da década de 90) que, desde logo, me faz um convite muito especial: "Vamos beber uma garrafa de vinho?!" Eu, como não sou homem de recusar este tipo de pedido, alinhei na garrafa, que me caiu às mil maravilhas!
Como é meu costume, a badalada do “aterranço” bateu às 4 e, como não vinha mais ninguém embora, rumei a casa sozinho, a pé. O álcool foi-se acomodando no cérebro pelo caminho, estando completamente instalado na altura em que cheguei a casa.
A “Zé Manelice” era tal que, em vez de ir directo para a cama sem ser notado, fui para a sala conversar com os meus pais que ainda se encontravam acordados. Já mal conseguia falar e engolia sílabas, pelo que o meu pai achou ligeiramente estranho e perguntou:
- Porque é que estás a falar assim?
Ao que eu respondi:
- Eu não ‘tou a f@r&%lar assim...
E o meu pai encolheu os ombros, como que dizendo: “’Tás bonito, ‘tás…”
Nessa altura, já a minha mãe me fulminava com o olhar, momento em que decidi ir para a cama, porque não dava nada de jeito na TV...
Adormeci, nem 5 minutos passaram e regurgitei todo o meu conteúdo gástrico no chão do quarto! Então, resolvi limpar todo o vomitado com papel higiénico, fazendo várias vezes a travessia quarto / casa de banho, casa de banho / quarto, com a matéria nas mãos e com a minha mãe, estática, no hall que separa os dois locais, a observar toda a cena, (re)fulminando-me com o olhar!!

Nunca mais esqueço aquela cara...

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

ETELVININHA, GERTRUDES?... - VOCÊ DECIDE!

No processo evolutivo rumo à paternidade surge agora a conturbada fase de escolha de um nome adequado à Etelvininha.
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Todos estamos cientes da importância da atribuição do nome e do modo corrosivo como este pode condicionar a saúde mental e, inclusivamente, toda a vida do portador do mesmo. É a marca que nos identifica e com a qual temos que conviver para o resto da vida. Assim sendo, a selecção terá que ser verdadeiramente criteriosa.
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No momento da escolha do nome próprio, estamos a decidir se vamos educar uma criança saudável e autoconfiante ou se vamos criar o próximo alvo de chacota de todo um Universo Escolar. Todos tivemos uma Sandra Marlene ou uma Patrícia Milene na nossa turma e bem sabemos o calvário por que passaram (e provavelmente ainda passam). Nada dá mais prazer do que achincalhar um nome, ou principalmente, associações de nomes verdadeiramente hilariantes.
Questiono-me muitas vezes, quando me deparo com determinadas "aberrações", como terá sido o processo de eleição do nome e, acima de tudo, sob o efeito de que tipo de drogas é que os pais se encontravam naquele momento crucial. Imaginem só (tentem, reconheço que é muito difícil)...
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Alguém (in)consciente terá dito:
- Ruben Diocleciano... gosto! Acho que é um bom nome para o nosso filho! Que achas?
E o mais incrível é que houve mais alguém que, em vez de insultar devidamente quem acabara de proferir tamanha barbaridade, concordou:
- Sim, Ruben Diocleciano parece-me bem. Gosto mais deste do que das outras hipóteses, Zózimo e Anfilóquio.
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Meus amigos, parece impossível, mas este tenebroso episódio aconteceu pelo menos uma vez na História da Humanidade. Garanto-vos que há um atormentado Ruben Diocleciano a vaguear por aí. Assim como um Valter Diógenes e um Ciríaco Romualdo.
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Analisando a fundo, o Curioso Caso de Benjamin Button não é assim tão curioso, pois há nomes que imediatamente "exponenciam" a idade da pessoa em questão.
Para uma melhor explicação fica aqui o seguinte exemplo: não há nenhuma Gertrudes com menos de 70 anos. Não existe uma única criança com este nome, é proibido por lei. Todas as Gerturdes nascem automaticamente acima dos 70 e, se os pais decidem chamar Gertrudes a uma filha, serão surpreendidos, no momento do parto, com uma septuagenária de pele rugosa (mas pelo menos sem dentes, como um bébé) à qual planeavam chamar Princesinha.
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Ora, por todos os motivos que acabo de enunciar, Etelvina e eu concluímos que o melhor e mais racional modo de escolher o futuro nome da nossa Etelvininha será... a votação popular!
Normalmente, deste tipo de votação resultam excelentes e, acima de tudo, fidedignos resultados. E quem melhor do que os leitores do Blog para tomar tão árdua decisão?
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Portanto, na Sondagem da coluna à sua direita, poderá votar, entre os vários nomes conjecturados, naquele que acha que melhor se adequa à Etelvininha... (A votação estará aberta até 31 de Março)

Aqui fica a lista (na coluna da votação os nomes não estão muito visíveis, mas poderá visualizar melhor se seleccionar os nomes na coluna):

- Visitação Lucinda
- Alexina Márcia
- Leila Silvana
- Armandina Felismina
- Soraia Elisabete
- Porfíria Fernanda
- Nídia Guiomar
- Bibiana Marli
- Michelle Libânia
- Jessica Francisca
- Ninfa Flor
- Estephanie Elisabete
- Cristiana Adalgisa
- Cizeltina
- Domitília
- Norvita Assunção
- Vânia Mabilda
- Álea Anunciação
- Fevrónia
- Pórcia
- Febe Cristina
- Sidónia Fernanda
- Ofélia Orquídea
- Brilhantina
- Clarisse Jacinta
- Luciana Eufémia
- Mimosa
- Eufrasina Carmen
- Rosa Donzília
- Astéria Cândida
- Umbelina Emília
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Nota: Todos os nomes incluídos na lista pertencem a "personagens" da vida real.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

ETELVININHA

Por mais inacreditável que possa parecer, há pelo menos um ser humano no mundo capaz de tolerar um grau de perturbação mental como o meu… E, se é um verdadeiro leitor deste Blog, já conhece a “fibra” dessa alma caridosa e também sabe que dá pelo belíssimo nome de Etelvina (ver artigo “A minha namorada encheu-me de orgulho”).

O simples facto de me aturar permite a Etelvina, desde já, reservar um lugar celestial junto a Irmã Lúcia, Oskar Schindler ou Lady Di, na mesma zona onde já reservou, também, Oprah Winfrey e onde Tyra Banks, Fátima Lopes e Bono Vox tentam desesperadamente arranjar um T0 minúsculo. Mas Etelvina não se contenta com esta vizinhança e está a caminho de ter que pedir o saca-rolhas emprestado a Madre Teresa de Calcutá, Mahatma Gandhi ou João Paulo II.
É que suportar mais um ser portador do meu código genético “estardilha” completamente a sua missão neste mundo!...

É isso mesmo! Jimi e Etelvina vão ser progenitores!

Há já algum tempo que me encontrava embebido numa enorme vontade de progenitar e, agora que progenitarei, a sensação é de uma alegria arrebatadora!
E, segundo soubemos recentemente (e apesar de não termos preferência), tudo aponta para uma Etelvininha! A princípio suspeitou-se que seria um Jimizito, mas, numa observação posterior, verificou-se que se trata de uma menina. E esperemos que seja, pois, se for um rapaz e o "facto" passou despercebido, provavelmente sofrerá do temível Síndrome de Eládio (ver artigo "Mahatma Jimi - Ó amigo, eu não fiz nada!").

É difícil imaginar como será e todos dizem que só quando sentimos o nosso filho nos braços pela primeira vez é que compreendemos o que realmente significa a paternidade. Por isso, aguardo calmamente esse momento, aproveitando esta fase “pré-analítica” para pensar em como executar esta exigente e importantíssima missão.
Uma coisa é certa, a Idade dos Porquês já não constitui obstáculo, pois basta-me sorrateiramente aceder à Wikipedia para poder insuflar o peito ao ouvir: “Pai, como é que sabes isso tudo?”
Mas, no fundo, no fundo, o que me deixa mais feliz no meio de tudo isto é que os meus dias de solidão acabarão e finalmente terei alguém da minha idade mental por perto!
E os verdadeiros dias de tortura começarão para Etelvina...
(Acho que ela ainda não está consciente do que a espera…)

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

PLASTIC MAN DESMASCARADO

Como para mim a idade já vai avançando, as conversas do tipo “No nosso tempo é que era, lembras-te?” vão-se multiplicando a uma velocidade assustadora e, durante o decorrer de uma delas, lembrei-me desse grande herói da minha infância: O Plastic Man!!
Recordava-me relativamente bem dele... De fato vermelho e cheio de elasticidade, conseguia chegar a todos os cantos e fazia tudo o que queria daquele corpo totalmente maleável.
Como (devido à milagrosa Internet) já praticamente nada necessita de ficar apenas na nossa memória, fui pesquisar imagens desse Super-Herói e qual a minha surpresa quando surgem as imagens?




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Que estilo manhoso é este? Que cabelo é aquele? O decote ridículo com peito depilado é para amedrontar ou tentar seduzir os arqui-inimigos? E quem desenhou esta fatiota abichanada? O Tenente?...
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Afinal, talvez seja bom que algumas coisas permaneçam apenas na nossa memória.

domingo, 11 de janeiro de 2009

MAHATMA JIMI - “Ó AMIGO, EU NÃO FIZ NADA!”

Esta bizarra história desenrolou-se há uns bons anos atrás, nos saudosos tempos de faculdade e o enredo centra-se nos seguintes personagens: Jimi (eu próprio), Eládio e Trunfas - O Triunvirato do costume. Só faltava Freezer, o "Animal" (ou o "Predador") que, com certeza, andava à caça de Búfalo.
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Encontrávamo-nos os 3 na Ribeira do Porto, desfrutando de mais uma intensa noite de boémia (ou seria auto-destruição?) quando, depois de um sprint de incontáveis shots nos míticos Saloon e Prioridade, nos dirigimos, a pé, para a festa de faculdade que nessa noite decorria no Mexcal.
A caminhada junto ao Douro foi longa, permitindo ao processo de “Zé Manelização” uma cómoda e sólida instalação durante o percurso…
A dada altura, resolvemos fazer um Pit Stop para a obrigatória micção. Eládio, portador de um sistema genito-urinário menos desenvolvido, termina primeiro e resolve esperar encostando-se, estilosamente (como é seu apanágio), a um Mercedes.
Entretanto, surge o proprietário do veículo, ferido no seu orgulho:
- Pá, porque é que estás encostado ao meu carro? – pergunta o energúmeno.
Trunfas, indivíduo de 1 metro e 95, é um “calmeirão” e pacifista por natureza, mas tem uma faceta de “Dr Jekyll, Mr Hyde” despoletada, precisamente, pelo álcool. E, naquele momento, já estávamos claramente perante “Mr Hyde”!
- Mas ele fez alguma coisa ao carro? – riposta lá do alto Trunfas, encostando o peito ao crânio dono do carro, um balofo “quarentão” de 1 metro e 62.
Depois de uma “troca de galhardetes” sem consequências físicas, surgem, repentinamente, cerca de 10 defensores do “quarentão” oprimido, sedentos de “sangue”!
O meu grau “Zé Manelino” era tal, que não me permitia analisar os factos com a clareza necessária, pelo que estava a interpretar tudo de um modo muito particular, tranquilo e, consequentemente, perigoso, já que contrastava com a gravidade da situação. Aliás, tive a sensação de o meu coração não ter aumentado nem uma batida por minuto…
Para que se perceba um pouco melhor, o que me passava pela cabeça, perante aquele cenário, era algo deste género:
“Hum, isto está a “aquecer”… Não há volta a dar, vai “cair molho”, de certeza... Ei, pá... A última coisa que me apetece, neste momento, é “andar à porrada”… Além disso, eles são 10, cheios de vontade e nós somos 3. Paciência, não há nada a fazer, vou levar na cara… Olha, olha, o Eládio e o Trunfas já estão a levar uns socos bem assentes...”
Nisto, vejo a minha introspecção interrompida pelo dono do carro que se dirigia a mim, obeso de fúria e a toda a velocidade!
De mãos nos bolsos e sem esboçar qualquer reacção física (qual Mahatma Gandhi) disse-lhe:
- Ó amigo, eu não fiz nada!...
O homem estacou, estupefacto, à minha frente, eu virei calmamente costas e afastei-me, ileso…
Entretanto, Eládio e Trunfas já se tinham esquivado da confusão que terminou com uma chuva… um orvalho, talvez… de cóios** sobre nós…
Como estávamos próximos do destino, fomos, embriagados e desnorteados, para a porta do Mexcal comentar, ruidosamente, os acontecimentos, pelo que, quando tentámos efectivar a entrada, fomos barrados pelos seguranças, atentos ouvintes da nossa peripécia.
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Ainda hoje, Eládio e Trunfas, quando se relembra este episódio, acham que eu também devia ter “enfardado”, não sei muito bem porquê… Dizem eles que por solidariedade…
Eu prefiro pensar que a “Zé Manelice” me permitiu, com uma simples frase, devolver um homem à razão…
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Ser um “Zé Manel” às vezes compensa!
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** Se não sabe o que é um Cóio, devia saber...

domingo, 4 de janeiro de 2009

DEAD COMBO – RESPIRA-SE AR FRESCO

O duo lisboeta formado por Tó Trips e Pedro Gonçalves é o projecto musical português mais consistente e interessante desde há muitos, muitos anos (talvez desde os Mão Morta), sendo ideal para quem pretende evoluir o gosto musical, já que exibe uma sonoridade extremamente adulta e madura, mas nunca deixando de ser verdadeiramente estimulante.
As influências incluem visivelmente Carlos Paredes, o Fado, o Blues, as bandas sonoras de Westerns e um toque da América Latina, resultando esta miscelânea num som próprio, cheio de personalidade e “Portugalidade”.

Após Vol. I, de 2004, e Quando a alma não é pequena (Vol. II), de 2006, 2 álbuns essenciais em qualquer discografia, os Dead Combo apresentaram, em 2008, Lusitânia Playboys, um extraordinário álbum que inclui aliciantes participações externas como Kid Congo, Howie Gelb, Ana Quintans ou Carlos Bica, que elevam o álbum e a banda a outro patamar e nos transportam para os mais diversos ambientes.
O álbum deverá ser devorado de uma ponta à outra, mas atente-se a: Cuba 1970, Like a drug (cover dos Queens Of The Stone Age) e Canção do trabalho D.C..

Ao vivo, o duo é primoso e transpira atitude, exibindo uma imagem e envolvência muito bem conseguidas. Alternam belíssimas melodias com deliciosas parafernálias sonoras feitas com quase tudo a que conseguem deitar a mão. Imperdível!!

Aqui fica um vídeo da ESECTV sobre os Dead Combo:
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sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

O MELHOR ARTIGO DE 2008

O primeiro artigo de 2009 vem fechar as contas de 2008, visto que terminou, finalmente, a votação no sentido de eleger o melhor artigo do ano transacto, no Blog "Vida de Zé Manel".
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Após uma acérrima luta, verificou-se um empate entre "A Jimizinha Especial e o Sandes" e "Tu F*#£$ como uma feia - O Factor Vanessa Fernandes", tendo sido necessário recorrer a critérios secundários para se chegar a uma conclusão.
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Sendo assim, havendo 2 votos em artigos relacionados com o "Factor Vanessa Fernandes" ("Factor Vanessa Fernandes comprovado" e "Vanessa Fernandes salienta o seu próprio Factor"), decidiu-se eleger "Tu F*#£$ como uma feia - O Factor Vanessa Fernandes" como o preferido dos leitores do Blog.
Ainda assim, fica a devida nota de homenagem a "A Jimizinha Especial e o Sandes". Não é fácil perder nos "penalties".
No último lugar do pódio ficou "A Caganita, o Cagalhão e o "Home Run"".
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CLASSIFICAÇÃO FINAL
(Pode reler os artigos mais votados clicando sobre eles)
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Aproveito para desejar a todos um javardo 2009 cheio de "Zé Manelice", finalizando com uma mensagem de encorajamento, dada a colossal crise que se avizinha:
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Se Rocky acreditou contra Ivan Drago, tu também podes acreditar! O Sandes é humano como nós, também regurgita... Tu podes ser o próximo "Zé Manel do Ano"!

sábado, 20 de dezembro de 2008

MUSICOL - OS MELHORES DE 2008

Aproveito o aproximar do final do ano para lançar a lista dos melhores de 2008 a nível musical, na opinião da redacção do Blog “Vida de Zé Manel”, não havendo, nesta escolha, a habitual separação entre artistas nacionais e internacionais.
O único elemento que compõe esta redacção reconhece não ter tido oportunidade de se manter a par da grande maioria dos lançamentos do ano que agora finda, mas, dentro daquilo a teve acesso, estes são definitivamente os eleitos, tendo a decisão sido unânime.


1. DEAD COMBO
LUSITÂNIA PLAYBOYS
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Ver artigo:

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2. NICK CAVE & THE BAD SEEDS
DIG LAZARUS DIG!!!
Do regresso de Nick Cave às origens (o Rock mais cru) surge este álbum absolutamente delicioso, influenciado pela sua igualmente fabulosa e distorcida experiência com os Grinderman em 2007. Todo o álbum é genial, mas atente-se a músicas como: “Night Of The Lotus Eaters”, "Midnight Man” ou “We Call Upon The Author”.

3. BLACK MOUNTAIN
IN THE FUTURE
Uma banda canadiana de Blues/Rock psicadélico virado aos anos 70 que já tinha lançado o homónimo “Black Mountain” (também vivamente aconselhado) e edita em 2008 este “In The Future” que lhe dá excelente continuidade. Se nos 70's estivéssemos, seria uma das mais credíveis e conceituadas bandas da época, com músicas longas e por vezes pausadas, excelentes riffs, mas não directos “à orelhinha” e uma deliciosa co-vocalista de seu nome Amber Webber. A ouvir: “Stormy High”, “Wucan” e “Queens Will Play”.

4. THE BLACK ANGELS
DIRECTIONS TO SEE A GHOST
The Black Angels são uma banda oriunda de um dos principais berços do Psicadelismo - Austin (Texas) – podendo mesmo ser considerados os “filhos” dos 13th Floor Elevators. Apesar da notória influência do Rock psicadélico dos anos 60, o som incrivelmente hipnótico e envolvente dos Black Angels consegue ser bastante actual. Directions To See A Ghost não iguala, mas sucede bem a Passover (um dos álbuns mais estimulantes do novo milénio), alternando entre um som mais denso e uns refrões ligeiramente mais comerciais. Destaques: “You On The Run”, “Science Killer”, “Never/Ever”.

5. DEAD MEADOW
OLD GROWTH
Esta banda fundada em Washington DC não disfarça a sua paixão pelo Rock psicadélico dos 60's, compondo, soando (e, inclusivé, utilizando uma imagem) como se nesse tempo vivêssemos. Os Dead Meadow já fizeram melhor no passado e “Old Growth” não é perfeito, sendo necessário fazer alguma selecção, já que contem algumas músicas sem sal que nem são rock, nem são baladas. Mas, quando tomam o comprimido certo, o Wah-Wah arranca em força e os Dead Meadow tornam-se magistrais nas suas deambulações sonoras de vários minutos. Alguns pontos de interesse: “Between Me And The Ground”, “Hard People / Hard Times”, “'Till Kingdom Come”.
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MENÇÕES HONROSAS:
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Mão Morta – Maldoror (não é um álbum no seu sentido tradicional).

Radiohead - In Rainbows (não incluído aqui, pois foi lançado oficialmente em 2007, apesar de pertencer a diversas listas de 2008).

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

PAUL KAGAME - PAUSA NA PAUSA PARA BALANÇO

Esta pausa na pausa para balanço foi inevitável desde que reparei que o Presidente do Ruanda se chama Paul Kagame. Ora, assumamos que, como ele se chama Paul, o segundo nome se lê em inglês...

Este apelido transforma, imediatamente, o Presidente ruandês no mais desrespeitado de sempre e pergunto-me mesmo como consegue manter a lei e ordem se ninguém se digna a cumprir um dos princípios mais básicos das boas maneiras na sua presença. E não é só o incumprimento das boas maneiras, toda a gente lhe "esfrega" o facto na cara logo ao primeiro contacto!

Vejamos alguns cumprimentos ou abordagens possíveis ao Presidente:

- Presidente Kagame, como está?
- Deixe-me apresentar-lhe o Presidente Kagame!
- Presidente Kagame, é um prazer...
- Desculpe, Presidente Kagame...
- Presidente Kagame, posso entrar?
- Presidente Kagame, sente-se aqui...
- Presidente Kagame, aprova esta decisão?
- Aqui está o seu almoço Presidente Kagame.

Ou então slogans eleitorais:

Presidente Kagame para sempre!
Presidente Kagame à frente da Nação!
Presidente Kagame por um Ruanda mais forte!
Presidente Kagame com o Povo!
Presidente Kagame por si!
Presidente Kagame! Cheira bem, cheira a Ruanda!

E a lista continuaria... (se se lembrarem de boas frases coloquem como comentário!)

Não deve ser fácil estar perto do Presidente... Kagame!

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

PAUSA PARA BALANÇO (COM SONDAGEM)

Venho por este meio informar todos os interessados que este Blog vai efectuar uma pausa para balanço (leia-se: "A minha vida não é isto e, infelizmente, neste momento não tenho disponibilidade para me dedicar ao Blog!") até ao final de 2008.
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Eu sei... quando se pensava que a crise mundial não podia piorar, surge esta notícia devastadora. Mas não desespere, ficam, desde já, prometidas novidades fresquinhas no início de 2009. Até lá, pode sempre ler e reler as inúmeras parvoíces aqui expostas.
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Sinta-se à vontade para deixar críticas e/ou sugestões para futuros desenvolvimentos. Pode e deve, também, votar no seu artigo favorito (à sua direita), já que, sendo este Blog certificado pela norma ISO9001, necessito de avaliar o grau de satisfação dos clientes.
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Não posso deixar de exibir aqui, antes da pausa e com enorme pesar, o fim oficial da carreira de Vanessa Fernandes... (Vanessa, podias ter sido a melhor...)


Grato pela sua compreensão, subscrevo-me Zé Manelinamente,
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Jimi

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

O PITÉU



ETIOLOGIA

O Pitéu baseia-se numa receita com batata frita, queijo, fiambre (e/ou salsicha) e ovos, muito simples de fazer, mas que, neste caso, foi levada ao extremo. Aos ovos foi acrescentada uma mostardinha e o “recheio” foi aprimorado com carne, cogumelos e tomate.
No entanto, como se pode constatar na receita que aqui fica, o Pitéu é uma “bomba calórica”, contrariando todas as normas dietéticas. E é exactamente isso que o torna delicioso.



INGREDIENTES (para 4 pessoas)

Batata para fritar;
¼ de bola de Queijo Limiano;
200g de Fiambre;
200 / 300g de Carne;
1 lata de Cogumelos laminados;
2 Tomates não muito grandes;
Pimento verde;
4 Ovos;
Mostarda;
Pimenta preta;
Oregãos;
Cebola;
Alho.



CONFECÇÃO

- Em primeiro lugar, seleccionamos criteriosamente uma forma de modo a que, consoante o número de pessoas a que se destina, permita que o preparado final tenha uma altura razoável (não pode ser grande demais, ficando o Pitéu muito raso, nem muito pequena, tornando-o alto demais).
- No que diz respeito à carne a utilizar na preparação do Pitéu, não há nenhum tipo específico, podendo ser novilho, vitela ou porco, consoante o gosto ou a disponibilidade. Corta-se em pequenos pedaços e tempera-se com sal e alho, com a maior antecedência possível.
Faz-se um refogado (em azeite, cebola e pimento verde) da carne, fiambre (em pequenos pedaços) e cogumelos.
- Entretanto, fritam-se as batatas partidas em cubos, rodelas ou palitos (aqui entra apenas a questão estética, sendo geralmente mais apreciada a forma cúbica). A quantidade a fritar estuda-se no momento e deve ter em conta a forma a utilizar. Deverá ser suficiente para preencher 2 camadas.
- Em simultâneo, preparamos o queijo e o tomate (com um pouco de sal refinado), desfeitos em pequenos pedaços.
- Batemos os ovos junto com mostarda, pimenta preta, sal e oregãos.
- Colocamos, então, na forma seleccionada, uma camada de batatas fritas e, por cima dessa camada, juntamos o queijo, o tomate e a nossa “amálgama” refogada, todos muito bem homogeneizados por toda a forma. Em seguida, cobre-se com nova camada de batata frita e verte-se sobre toda a superficie os ovos batidos com mostarda e, por fim, polvilha-se com oregãos.
- Leva-se ao forno previamente aquecido. O único cuidado importante a ter nesta fase é inclinar suavemente a forma em todas as direcções, de quando em quando, para promover o cozer do ovo por todo o Pitéu.
- Quando o ovo estiver quase “no ponto”, “agressivizamos” a parte superior do forno para permitir um ligeiro tostar. Quando este se verificar, estamos prontos a servir o grandioso Pitéu!
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terça-feira, 16 de setembro de 2008

A INDÚSTRIA "PIMBACÊUTICA"

Inexplicavelmente, quando pronunciamos o nome dos medicamentos, sentimo-nos espanhóis já que abrimos sempre todas as vogais. Nada nos obriga a que assim seja e, se brincarmos com as entoações, podemos obter surpresas bastante agradáveis, deixando a nú o extremo bom gosto (para não dizer ordinarice) com que os Cientistas e/ou a Indústria Farmacêutica seleccionam os nomes a atribuir aos medicamentos.

Deixo 3 exemplos:

Paracetamol: Toda a gente conhece o princípio activo Paracetamol presente em medicamentos como Ben-u-ron (por falar nisso, será um Ben-Hur muito grande?) ou Panasorbe. Normalmente lemos Paracetamol de forma inocente: Paracétamól. Mas o que acontece se simplesmente lermos Páracetámól?... Paramos...

Elmetacin: Este spray anti-inflamatório também pode ser mal interpretado e, se tivesse que apostar, diria que foi atribuído pelos mesmos atrevidos de Paracetamol. Ora, por norma, lê-se Élmétácin. E se, por ventura, lermos como Êlmétacin?... Ficamos a saber que é assim...

Levonelle: É o exemplo mais óbvio, não necessitando explicações. Mas qual é o pormenor de excepção em relação a este medicamento? Trata-se de uma pílula do dia seguinte. Já estou a ver o slogan: Se Levonelle,... Levonelle.

Estes “artistas” adoram jogar com o segundo sentido das palavras e, com certeza, dariam exímios compositores, não na Indústria Farmacêutica, mas sim na Indústria “Pimba”. Estão claramente no ramo errado e tenho uma vontade incontrolável de os apelidar de um de 3 termos que enfurecem a minha mãe, só de os ouvir, mas que sempre achei deliciosamente irresistíveis: Badalhocos, Javardos, ou principalmente, Lavajões!

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

A JIMIZINHA ESPECIAL E O SANDES


SANDES E A ORIGEM DA JIMIZINHA ESPECIAL

A Jimizinha Especial é fruto de um daqueles felizes acasos dignos de referência.
Como manda a tradição, há dois anos, no Verão, o meu primo Sandes (alcunha fictícia) usufruía de umas semanas de férias em minha casa. Eu, nessa altura, não gozava do mesmo privilégio e continuava a trabalhar......
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Pensando melhor, pausemos o desenrolar da história por instantes...
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Num Blog intitulado Vida de “Zé Manel” é impossível prosseguir, quando nos referimos a Sandes, sem abrir o devido parêntesis. Isto porque falamos, apenas e só, do Bento XVI ou, melhor ainda, do Dalai Lama da Zé Manelice.
Sandes é o homem que melhor encarna o espírito do que é ser um Zé Manel. As suas peripécias davam para páginas intermináveis visto que, desde partir dentes a levar facadas, já tudo lhe aconteceu no estado Zé Manel, vencendo consecutivamente (desde 1997), e sem adversários à altura, as últimas 12 edições do troféu “Zé Manel do Ano”, atribuído pela conceituada revista ZemanElle. A sua hegemonia Zé Manelina supera a de Yelena Isinbayeva no salto com vara, Michael Phelps na natação, Usain Bolt nos 100 e 200 metros e até mesmo, por mais inverosímil que possa parecer, a do F.C. Porto no futebol português. Numa das cerimónias de entrega dos troféus, Sandes chegou mesmo a dizer: “Aceito que me ergam uma estátua, desde que seja feita de cerveja... Super Bock!”
A título de curiosidade, a sua última façanha foi entrar por minha casa às 8 da manhã, depois de uma noite de Zé Manelice, acompanhado do taxista que o tinha trazido, o qual convidou para beberem uma "cuquinha" e comerem uns perceves que eu tinha preparado anteriormente. Só mesmo do Sandes... Aliás, a relação Sandes/Taxistas, por si só, contém matéria suficiente para um Blog independente. Um caso a pensar...

Depois de feita esta mais do que merecida apresentação d'”O Sr. Zé Manel”, podemos retomar o episódio Jimizinha...
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Durante as referidas férias, Sandes passava os dias na poltrona a ver religiosamente, na SportTV, os empolgantes amigáveis de pré-época de todos os campeonatos de futebol, desde o português ao cipriota. As vitórias do Omonia Nicosia enchiam-no de moral já que, quando eu chegava a casa, ainda ofegante da “lavoura”, era presenteado com as suas palavras reconfortantes: “O que é que vamos jantar hoje?” A pergunta era tão sentida que quase me levava a desculpar-me por não ter sido possível preparar-lhe o almoço.
E foi numa destas sessões de culinária para saciar o Dalai Lama que, enquanto “inventava” uma massa com carne, me apercebi que o aroma e sabor do que preparava se assemelhavam bastante aos de uma francesinha especial. Apesar de, até à data, nunca ter feito nenhuma, nem sequer conhecer uma receita, resolvi, baseado no que tinha confeccionado para aquela massa, fazer uma sessão de francesinhas especiais para os amigos (leia-se Zé Maneis).
Como a receita era totalmente nova e levava uma considerável quantidade de vegetais, a FAFE (Federação Autónoma de Francesinhas Especiais) decidiu, mais tarde, considerá-la uma subespécie diferente, surgindo assim a Jimizinha Especial. (Ficou igualmente provado que o cruzamento entre uma Francesinha e uma Jimizinha era incapaz de produzir descendência fértil.)
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INGREDIENTES (Para 4 Jimizinhas)

- Azeite;
- Óleo;
- 1 Cebola;
- Alho;
- Louro;
- 3 Cenouras;
- Pimento verde;
- 4 Tomates maduros;
- Polpa de tomate (1 frasco média);
- Mostarda Savora- Ketchup (não é obrigatório);
- 1 pacote de Natas (200mL) ou o equivalente em leite;

- 1 Cerveja;
- Whisky;
- Molho Inglês;
- Tabasco;
- Pão de forma por cortar;
- Fiambre fininho (nem que se desfaça) (200 / 300 g);
- Queijo (300 / 400 g de queijo afatiado e ¼ de bola de queijo Limiano);
- Chourição (15 / 20 fatias);
- 3 Linguiças;
- 4 bifes de novilho ou vitela;
- 4 Ovos.
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CONFECÇÃO

Ponto prévio:
Neste artigo, a confecção da Jimizinha Especial está dividida em 2 partes diferentes que, obviamente, são executadas em simultâneo, sendo necessário coordenar as múltiplas e diferentes etapas com enorme rigor, para que tudo vá ficando concluído a seu devido tempo.

O Molho:
Estruge-se, numa panela com azeite (e em lume brando), 1 cebola e 3 dentes de alho muito bem picados.
Quando se notar um suave alourar, acrescenta-se uma mistura de 3 cenouras e uma boa porção de um pimento verde, eximiamente triturados.
Após uns 5/10 minutos a refogar, adiciona-se 4 tomates maduros, também exemplarmente desfeitos, e uma folha de louro.
Deixa-se cozer mais uns 15 minutos, ao fim dos quais se acrescenta a polpa de tomate. A quantidade de polpa não deverá ser exagerada (pouco mais de meia garrafa média), mas, em caso de necessidade, é o ingrediente ideal para fazer acertos na quantidade de molho. Deixa-se cozer mais uns minutos.
A partir deste ponto começa o tempero, sendo este processo muito mais livre e sujeito à sensibilidade de cada um. É, também, nesta fase que se colocam 3 linguiças a guisar no molho para que estas, à medida que se vai condimentando, transmitam um pouco do seu paladar e, em simultâneo, adquiram o gosto do “preparado”.
Deita-se, então, mostarda (2/3 colheres de sobremesa bem cheias), um nada de ketchup (opcional, apenas se for necessário adocicar), uma cerveja e um pouco de Whisky. Acrescenta-se um pacote de natas (200 mL) ou uma quantidade equivalente de leite.
Para finalizar, apimenta-se com tabasco, molho inglês e, se necessário, coloca-se também um pouco de sal.
Retira-se as linguiças e a folha de louro e passa-se tudo muito bem com a varinha mágica.
Continuando a cozedura em lume brando, prova-se o molho para fazer os ajustes que eventualmente sejam necessários. Deve ficar bem “puxadinho”.
A espessura corrige-se com um pouco de água, mas não esquecer que o molho da Jimizinha Especial é, por natureza, espesso, sendo a principal razão pela qual é considerada uma subespécie diferente.

A Jimizinha:
Previamente ao início da confecção da Jimizinha Especial, a carne deverá ser temperada com sal e alho. Um pouco antes de termos o nosso molho concluído, fritam-se os bifes com um “nadinha” de azeite (quase grelhar).
Os ovos são estrelados em óleo (cobrindo com sal refinado), o mais próximo possível da ida da Jimizinha ao forno.

No que concerne à preparação, propriamente dita, da Jimizinha, digo-vos, desde já, que esta é uma sanduíche densa,... muito densa. Começa pelo cortar do pão de forma que, idealmente, é executado por nós. Deste modo, definimos a sua grossura que será um pouco maior do que a do pão de forma comercial.
Vai-se, então, colocando sobre uma das fatias de pão:
- 3 fatias de fiambre (alternando cada uma com os restantes ingredientes);
- 2/3 fatias de chourição (alternando cada uma com os restantes ingredientes);
- 6 a 8 rodelas da linguiça guisada no molho (que entretanto cortámos);
- 1 porção de queijo Limiano (de dimensão próxima dos limites do pão e com a grossura aproximada de 3 fatias de queijo afatiado);
Colocamos a outra fatia de pão (que poderá estar barrada com mostarda) e levamos uns minutos à torradeira para prensar e torrar ligeiramente o pão.
Em seguida, colocam-se 4/5 fatias de queijo afatiado a cobrir a sanduiche (inclusivamente os lados) e leva-se ao forno, previamente aquecido. Na ausência de forno, o queijo também pode ser derretido na torradeira.

O Final Feliz:
Quando o queijo se encontrar bem derretido temos o nosso processo finalizado, restando-nos pôr a sanduíche num prato de sopa, colocar o ovo estrelado por cima, verter o molho até cobrir o prato e saborear a Jimizinha Especial!
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Nota:
No dia em que preparar tudo alegremente e só no final se aperceber que não tem varinha mágica à disposição, não desespere. Sirva o molho por passar. Já foi testado, com grande sucesso. Chama-se Sopancesinha Especial.