segunda-feira, 28 de julho de 2008

O HOMEM DE PADRONELO

Certo dia, há uns bons anos atrás, o António (nome fictício), de Padronelo (terra famosa pelo seu magnífico pão), foi à cidade tratar de umas transacções pecuárias. Chegado à cidade, foi tratando dos negócios, com sucesso, sobrando-lhe tempo para a actividade de lazer obrigatória numa viagem destas. Uma ida ao bordel! “Dizem que na cidade elas são lavadinhas!” - era o que ouvia dos amigos. António, que sempre foi apologista da máxima: “Lavaste?! Lavaste, estragaste!... Lavado tenho eu em casa!”, não tinha tanto interesse nas prostitutas urbanas, mas, desta vez, tinha mesmo que passar pela casa de meninas.

Chegado ao antro, começa a analisar criteriosamente todas as alternativas e pede à Madame:
- Quero aquela! - apontando para uma deslumbrante galdéria junto ao balcão.
- Aquela é a mais cara e tem fila de espera.
- Eu tenho dinheiro e posso esperar!
Esperou e, quando chegou a sua vez, lá foi tirar o devido partido da situação. Depois de quase todo o tipo de práticas sexuais possíveis, terminam o evento.
- Que fábula! Quanto é? - pergunta António.
- 2 contos.
Então, António saca de uma nota da carteira. 5 contos em cima da cama, num gesto másculo!
A menina, muito agradecida, despede-se de António.

No dia seguinte, volta ao bordel e repete-se o cenário. Exige a mesma pêga, espera a sua vez, e, depois do acontecimento, volta a perguntar:
- Que delícia! Quanto é?
- 2 contos.
António pega novamente numa nota de 5 contos e coloca-a, com novo gesto firme, em cima da mesinha-de-cabeceira.
A rapariga, ainda mais agradecida, despede-se de António.

Ao voltar à “casinha” uma terceira vez, repetiu todo o procedimento das 2 noites anteriores e voltou a exibir mais uma nota de 5 contos. Mas, desta vez, a curiosidade da "safadona" foi maior e não se conteve:
- Desculpe dizer-lhe, mas estou intrigada. O Sr. vem cá há 3 noites seguidas, tem sido de uma delicadeza e simpatia extremas e paga-me 5 contos por cada vez quando eu só cobro 2... Não entendo porquê tanta generosidade...
- Sabe, menina, eu sou de Padronelo e...
- Ai é de Padronelo? - interrompe ela, bruscamente – Curioso, também sou de lá! Também sou de Padronelo!
- Eu sei, minha filha, eu sei... – diz António com o seu melhor ar paternal – É que sou grande amigo do teu pai, ele soube que eu vinha cá e pediu-me para te entregar 15 contos.

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